Numa aldeia de velhos, no interior de Angola, onde se observa um estranho ritual de adoração dos burros, chegam dois personagens vindos de fora. O caixeiro-viajante e o assobiador.
O primeiro espreita a aldeia com a consciência de alguém “treinado nos campos da vida”, “vendedor de bugigangas, de objectos para distrair ou encantar”, e o segundo assobia um choro como se tivesse por missão exultar a aldeia a um ritual pagão, catalisador de todas as forças, ele, o assobiador, “ o distribuidor enganoso e exclusivo que a tristeza arranjara para mostrar à Humanidade apenas a sua face bela”.