Escritor de uma narrativa intensa, que prende o leitor, Eduardo Pitta, surge em prosa nestes três livros mais recentes. Cadernos de Italianos e Um Rapaz a Arder são livros de memórias e Cidade Proibida é um romance, agora em reedição pela Planeta. Em Cidade Proibida somos convidados a entrar no mundo de Martim, o universo fechado da burguesia aristocrática da Linha. A escrita de Eduardo Pitta demonstra um à vontade, uma certa familiaridade com este cosmos, como se lhe pertencesse por uma afinidade cultural.
O leitor sentir-se-á sempre um estrangeiro nesses ambientes, descritos com absoluta mestria, tal como se sente estrangeiro em Veneza ou Roma. Pitta encontra pontos de contato, como se esses lugares, desde sempre, fizessem parte das suas memórias. Passeia-se por Veneza ou Roma disfrutando de uma experiência estranha ao turista ocasional, captar a inconfundível atmosfera do filme de Visconti ou espreitar a casa onde Henry James escreveu Portrait of a Lady. Uma identificação afetiva dos locais, como se estivéssemos ligados à sua história. Somos então convidados a comungar desses mistérios.
Disto e muito mais falaremos amanhã na Culsete. Apareçam